Votuporanga - SP, parabéns pelos 87 anos
O loteamento do grande latifúndio que constituía a Fazenda Marinheiro de Cima, adquirida pela companhia Theodor Wille & Cia., a “retalhadora de terras”, como ela mesma se denominava, foi o que motivou o estabelecimento de pequenos agricultores e imigrantes no patrimônio que a empresa então construía na região.
Assim, já em 1937, o lugarejo se constituía num povoado. Foi quando surgiu a questão de um novo nome, uma vez que a denominação, ainda usada para o então distrito de Tanabi, era a de Marinheiro de Cima, por causa da fazenda da companhia. Para dirimir o dilema, foram designados dois cidadãos: Sebastião Almeida e Pascoal Albenese (este, funcionário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo), que com efeito, logo chegaram a várias opções. E como a região era de grande altitude, situada no contraforte do espigão Viradouro, o nome que acabou prevalecendo foi o Votuporanga, que, conforme Pascoal Albenese, significaria belos ares, do tupi ybytu – ar, vento, e poranga – belo, bonito.
Ocorre que tal versão esbarra, em princípio, na dificuldade de se conciliar, em tupi, o adjetivo “bonito” com um elemento natural concreto, mas invisível, como o vento. Para um índio, as coisa só são bonitas ou feias se visualizadas, o que não é o caso do vento. Ou seja, uma vez que se alterasse a origem dos componentes do topônimo, quem sabe, se pudesse alcançar um significado mais aceitável, não muito longe, inclusive, do proposto pelo tupinista em questão e pela própria geografia do município.
Neste caso, contudo, ybytu, ar, ou vento, seria substituído por ybyty(ra), montanha, monte, o que, enfim, resultaria em belo monte ou montanha bonita, de ybyty(ra) – montanha, – e poranga – bonito, belo.
A propósito, o topônimo Belo Monte, com esse nome mesmo, ou com outras variações, não é raro no Brasil. Recorde-se a localidade de Belo Monte, no sertão da Bahia, e que daria origem ao tristemente famoso povoado de Canudos. Foi nele que se deu a morte de mais de vinte mil brasileiros, entre soldados e jagunços, esses com suas respectivas famílias, um drama relatado magistralmente por Euclides da Cunha em “Os Sertões”.
Votuporanga emancipou-se em 30 de novembro de 1944.
Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 305-306.
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